segunda-feira, 6 de março de 2017

Alex Young e a década dourada do Everton

Alex Young no amistoso de pré-temporada entre Hearts e Everton, em 2015, na Escócia. Foto: site oficial do clube.
Oito anos, 275 partidas e 89 gols. Números tão significativos mostram um pouco do que Alex Young representou para uma geração vitoriosa do Everton nos anos 1960. No dia 27 de fevereiro deste ano, aos 80 anos, Young, ou simplesmente The Golden Vision (a visão de ouro) faleceu em seu lar na Escócia. Um nome que permeou grandes conquistas do clube e dois times que marcaram época no futebol inglês.

Seu apelido veio graças a seu toque elegante na bola, ressaltando o fato de não ser um típico número 9, mesmo tendo atuado como centroavante. Sua habilidade e estilo eram marcante, a ponto de muitos elevarem sua idolatria por causa desses aspectos, sem desmerecer, claro, seus tentos com a camisa azul. Young foi revelado pelo Hearts, da Escócia, e contratado pelo Everton em 1960 por 55 mil libras, junto com o lateral-esquerdo George Thomson. Inicialmente Alex não teve tanto sucesso, mas quando editou uma parceria memorável com Roy Vernon, ele desabrochou: com 22 gols, o Golden Vision ajudou o Everton a levantar o troféu da liga na temporada 1962-63, contrariando as opiniões que vieram de seu país de origem ao se transferir para os Toffees - Young era muito inconsistente e pouco importante para fazer sucesso na Inglaterra, segundo especialistas escoceses. Não poderiam estar tão errados.

Young, o último no lado direito, celebrando a conquista da FA Cup de 1966. Foto: site oficial do clube.
Após a conquista do primeiro título de liga do Everton desde 1939, a mística de Young apenas aumentou entre os torcedores dos Blues. Mesmo não decidindo na final, Alex participou da dramática final da FA Cup de 1966, em que o Everton virou o placar pra cima do Sheffield Wednesday na segunda etapa, e garantiu sua terceira copa doméstica após derrotar as Corujas por 3 a 2 em Wembley.



Quando o técnico Harry Catterick resolveu deixar Young de fora do time, para dar lugar ao estreante Joe Royle (com 16 anos) no time titular em 1967, em uma partida como visitante contra o Blackpool, Harry foi agredido por dois ou três hooligans ao sair do estádio. Detalhe: Royle fez o gol da vitória naquela partida. Naquele ano, um novo time do Everton estava se formando, com a promoção de Royle e o início da Sagrada Trindade - Alan Ball, Howard Kendall e Colin Harvey. Tamanha era a popularidade de Young entre os torcedores, que mesmo uma natural transição e perda de espaço no elenco foi capaz de gerar raiva direcionada a Catterick. 

Young em ação, outubro de 1967. Foto: site oficial do clube.
Em 1968, Young deixou o clube após dois títulos e oito temporadas. No mesmo ano, também foi protagonista de um documentário dirigido por Ken Loach, onde retratava a relação dos torcedores com o jogador. E é com esse filme que encerramos mais um texto sobre um pouco da história do Everton, tão enriquecida pela participação do Golden Vision em um período bem sucedido do clube. Obrigado, Alex, descanse em paz.



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